sexta-feira, 12 de abril de 2013

Biribiri, bilimbi ou limão-caiena, o azedinho que conquista o paladar...

 Você já ouviu falar no biri-biri? Não!!!

 
É uma fruta da família da carambola e também é conhecida como limão de caiena, devido ao seu sabor azedo característico e localização pela qual chegou às terras brasileiras - entrou na Amazônia por Caiena, na Guiana Francesa. Ela é muito comum na Bahia e faz parte de muitos pratos da culinária regional. A cultura popular acredita que essa frutinha é “antidiabética” e que ajuda a queimar calorias! Um estudo do extrato da fruta mostrou que ela é capaz de diminuir em 50% as taxas de glicose do sangue, assim como diminuir os triglicerídeos em 130%, além da sua alta concentração de vitamina C. O azedinho do biri-biri combinado com algumas folhinhas de hortelã se transforma num delicioso e refrescante suco!  
  
 
Na culinária serve para sucos, saladas e para temperar pratos com peixes e crustácios. Pode ainda ser utilizado com substituto do limão ou ser comido como tira-gosto, cortado em rodelas e adicionando-lhe sal.
 
Eu conheci o biribiri no sul do estado da Bahia onde a fruta é muito utilizada na preparação de moquecas e mariscados. Fui a Corumbau, no Carnaval, e almocei no Restaurante da Vila, onde a chefe Djalma tem inclusive um pé plantado no quintal do restaurante.
 
 
 O fruto geralmente se dá em cachos e a planta tem uma floração continua, com flores e frutos ao mesmo tempo. Pode dar durante todo o ano. Na verdade o fruto é uma baga medindo de cico a oito cm de comprimento, com aproximadamente 10 sementes de coloração marrom e uma polpa verde clara.
A árvore mede até 15 m de altura, tronco com casca lisa e escura e tem uma copa com forma piramidal. A planta é sensitiva noturna, fecha as folhas à noite para dormir. As flores são pequenas, vermelho-claras, aromáticas, presas aos ramos e tronco.
 
O biri-biri comparando com a carambola, é menor e um pouco mais esverdeado, difere basicamente por seu formato mais alongado e não por apresentar o conhecido aspecto de estrela menos definido. Sua polpa firme e seu suco abundante contem também como a carambola, altos teores de vitamina C e de ácido oxálico.
 A planta se aclimatou muito bem na Amazônia, e teria sido introduzida no Brasil via Caiena, região das Guianas de onde viria o nome limão-de-caiena pela qual também é conhecida.
Os frutos das variedades existentes no Brasil são bastante ácidos e consumidos ao natural somente quando estão bem maduros ou usados no preparo de compotas, geleias, vinagres e vinhos. Os frutos verdes podem ser usados no preparo de picles, condimentos e molhos. Frutos verdes contêm alto teor de ácido oxálico e redução desse ácido quando amadurecem e ocorre o inverso com a vitamina C, que passa de 20,82 para cerca de 60, 65 miligrama por 100 gramas de polpa. Há variedades que produzem frutos com menor acidez, os quais podem ser consumidos crus. Há relatos com frutas doces descobertos nas Filipinas.
 
 Neve Ligeira
 



2 folhas de gelatina
16 colheres rasas de sopa de açúcar
1 clara
1 colher de chá de casca de limão ralada
1 colher de sopa de sumo de limão 
2 xícaras de água.
Modo defazer:
Dissolver a gelatina, acrescentando o açúcar em fogo médio. Bater a clara em neve e adicionar a casca e o sumo do limão. Juntar, pouco a pouco, a água e sem deixar de bater, acrescentar a gelatina com o açúcar. Esperar ficar espesso, colocar numa forma e levar à geladeira. Sirvir com frutas cortadas de sua preferência.

 
 
Robalo Grelhado
 
 
230 gramas de Robalo em posta
100 gramas de arroz de jasmim
20 gramas de shitake fresco
50 sauté de aspargos
20 gramas de tomate cereja
10 gramas de biribiri
10 ml de azeite extra virgem
20 ml de vinho branco
Sal, pimenta do reito e ervas picadas a gosto


Modo de preparo
Tempere o robalo com sal, pimenta do reino e em seguida grelhe-o. Depois de  leve ao forno por cinco minutos. Cozinhe o arroz de jasmim como de costume e em seguida, descasque os aspargos branqueados na água morna e puxe o shitake com vinho branco. Acrescente os aspargos, corte o tomate cereja em quatro pedacos e o biribiri em rodelas, misture, ponha o azeite, sal e as ervas picas monte o prato ao seu modo com arroz e sirva.
Fontes:
www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/bilimbi/bilimbi-2.php www.paty.posto7.com.br
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bilimbi
www.goodlight.com.br/Nutrase/artigos/biri_biri.aspx
http://andreambiental.blogspot.com.br/2009/01/curiosidades-cahmam-ateno-dos-turistas.html
http://babaoludare.blogspot.com.br/2011/11/dende-especialistas-no-preparo-das.html

 

quarta-feira, 6 de março de 2013

Abiu, mais uma delícia, das muitas que vêm da Amazônia!

 
 
Não é à toa que Alex Atala está fazendo da Amazônia o seu celeiro particular de ingredientes e ganhando notoriedade no mundo da gastronomia. A cada nova descoberta e novo fruto da região que eu conheço e experimento aumenta a minha admiração pela cultura daquela região. Ainda outro dia ganhei duas mudas de chicória do norte vindas de Manaus para uma colega. Plantei e vingaram. Agora falta experimentá-las na cozinha.
 
Mais recentemente, comentando sobre a pitaya e a fruta pão com uma colega do curso de pós-graduação, ela me falou do abiu. Perguntou se eu conhecia. Disse-me que tem um pé enorme na casa dela. Gentilmente me trouxe a fruta, provei e adorei, um gosto todo especial, delicado e saboroso, doce.
 
 
 
Para quem, como eu, não sabia, abiu é uma fruta típica da região amazônica, próxima às encostas andinas do Peru e do oeste da parte amazônica brasileira, onde é encontrada na forma silvestre.  Alguns exemplares do abieiro fazem até parte da arborização urbana da região enfeitando praças de Manaus, sendo também encontrados nas cercanias de Belém. O nome vem do tupi- guarani e significa “fruta com ponta”.
 
 
Apesar de ser mais conhecido na Amazônia, o abieiro cresce e frutifica em quase todo o Brasil litorâneo, por onde se espalhou sem pedir licença. A forma da fruta difere bastante de uma variedade para outra, podendo ocorrer frutos inteiramente redondos, ovais e mesmo alongados, todos eles do tamanho aproximado de um ovo grande de galinha ou de pata. Sua superfície é amarela, lisa. A polpa é gelatinosa, de cor gelo, com sabor às vezes doce. O fruto maduro ou verde tem um látex que se coagula em contato com o ar e cola nos lábios. Contém proteínas; lipídios; vitaminas B, B2, B5 e vitamina C; fibras, e sais minerais tais como o ferro, o fósforo e o cálcio. Seus frutos ingeridos naturalmente são indicados contra pneumonia, bronquite, anemia e desnutrição. Também podem ser usados nos casos de convalescência. A casca da planta é antidisentérica e baixa a febre. O azeite extraído das sementes abranda inflamações na pele.
 

Medicinalmente é ainda indicada contra inflamações: fazer um cataplasma do azeite extraído das sementes; contra a otite: pingar algumas gotas do azeite do caroço, morno; contra doenças crônicas do pulmão:  fazer refeições com a polpa cozida em água e sal. Utilizar morno, inclusive o caldo, ao qual se pode adicionar mel. Este caldo pode ser tomado ao longo do dia, às colheradas.
 
Na gastronomia a fruta pode ser utilizada de várias formas: suco, polpa, sorvetes, sobremesas e até como geleia.
 
 
Licor de Abiu
 
Ingredientes:
1kg. de polpa de abiú bem maduros
1 lt. de aguardente de boa qualidade
1 kg. de acúcar
1lt. de água filtrada
Modo de preparo:
Em um vidro de boca larga, coloque a polpa e a aguardente, feche bem o vidro
Deixe macerar por 60 dias ou mais, mexendo o vidro todos os dias.
Depois disto feito, coe tudo com um coador de pano e reserve o liquido.
Com a água e o açúcar faça uma calda e deixe engrossar um pouquinho.
deixe esfriar, junte à infusão.
mexa bem com uma colher de pau.
engarrafe e vede bem.
Deixe envelhecer no mínimo por 30 dias antes de servir.
 
 
Geleia de abiu
 
 
Ingredientes
1 quilo de abiu
½ quilo de açúcar
Modo de preparar
Lave bem, retire as sementes e bata no liquidificador com pouca água e coe em coador fino.
Misture o açúcar e leve ao fogo, mexendo sem parar até ficar no ponto
Deixe esfriar na panela e acondicione em vidro bem fechado.
 
Fontes:
http://www.momentodaarte.com.br
http://minhasfrutas.blogspot.com.br/2008/12/cultura-do-abiu.html
http://www.plantasquecuram.com.br/ervas/abiu.html
http://aryansantosaryel.blogspot.com.br/2011/05/fruta-abiu.html
http://poderdasfrutas.com/categoria/abiu/
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/abiu/abiu.php
 www.bibvirt.futuro.usp.br

 

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Pitaya – a exótica mexicana que conquista o Brasil


Pitaya (fruta escamosa) ou fruta do dragão, como é conhecida pela semelhança com as escamas características da figura do dragão, tem suas flores consideradas as mais belas do mundo. É nativa do México, América Central e da América do Sul. Nativa dos Andes foi levada pelos holandeses e franceses para a Ásia, onde é hoje largamente cultivada em Taiwan (há pele nos 100 anos), Vietnam, Tailândia, Filipinas, Sri Lanka, e Malásia. É também encontrada em Okinawa, Hawai, Israel, Norte da Austrália e Sul da China. O termo pitaya significa fruta escamosa, também sendo chamada de fruta-dragão em algumas línguas, como o inglês. Como a planta só floresce pela noite (com grandes flores brancas) são também chamadas de Flor-da-Lua ou Dama da Noite.
 
 
 
É fruta de aparência muito bonita e diferente, além de produzir flores noturnas de rara beleza com grande potencial ornamental. De acordo com a espécie seus frutos podem ser de cor amarelo-vivo ou vermelho externamente, de polpa branca translúcida com minúsculas sementes como o Kiwi e de sabor suave e muito agradável. Em algumas espécies a polpa é de coloração vermelha com tonalidade mais forte que a casca e são atualmente as mais procuradas para plantios comerciais.
 
Eu a conheci na Bahia, mais precisamente em Cumuruxatiba, uma pequena localidade com cerca de cinco mil habitantes. A fruta me chamou a atenção pela sua beleza e também pelo fato de um pequeno supermercado em Cumuruxatiba apresentar esta exótica fruta, à venda. Conversando com o dono do mercado soube que um agricultor da região está cultivando a fruta na Bahia com resultados positivos.
 
A Pitaya ainda é uma fruta praticamente desconhecida, mas já existe em alguns nichos de mercado, a exemplo do Europeu de frutas exóticas. Outros países como o Vietnam, Colômbia, México, Costa Rica e Nicarágua comercializam internamente suas produções, assim como exportam. Apesar da fruta ser pouco conhecida, ela possui singularidades e compõe a dieta de muitos povos, inclusive aqui no Brasil em algumas poucas regiões. É uma cultura que pode ser alternativa viável de diversificação de propriedades agrícolas, tornando-se uma fonte de renda do produtor.
 
 
No Brasil o cultivo começou há cerca de 10 anos, principalmente em São Paulo.  João Vinicius, agronomo formado em Viçosa. Minas Gerais, conta que  quando levou uma caixa pela primeira vez no Mercado Municipal der São Paulo( fmaoso por vender todo o tipo de alimentos), nem eles conheciam. Atualmente, há grande interesse no desenvolvimento dessa cultura para exportação de frutas frescas, para outros locais além dos mercados asiáticos de Singapura, Hong Kong, Taiwan, Filipinas, Malásia e Tailândia.
 
 
A fruta pode pesar entre 150 a600 gramas e seu interior, que é ingerido cru, é doce e tem baixo nível de calorias. Da fruta se faz suco ou vinho; as flores podem ser ingeridas ou usadas para fazer chá. As sementes se assemelham às do gergelim e se encontram dispersas no fruto cárneo.
Pitayas são ricas em fibras e minerais, principalmente fósforo e cálcio. as vermelhas são ricas em fósforo, as amarelas em cálcio. As pitaias de casca vermelha, particularmente, são grande fonte de Vitamina C.A pitaya tem sido relatada como uma fonte de betacaroteno, licopeno e vitamina E, com concentração média de 1,4; 3,4 e 0,26 ug/100 gramas de porção comestível, respectivamente.
 
As sementes são ricas em gordura poliinsaturada, e as vermelhas em particular possuem pouca gordura saturada. Pitayas também possuem quantidades significativas de antioxidantes, que previnem os radicais livres. Em Taiawan, diabéticos usam a fruta como substituto para o arros como fonte de fibras.
A semente contém 50% de ácidos graxos essenciais, o que a torna uma fruta para uso como fonte de ingredientes funcionais para proporcionar nutrientes que podem prevenir doenças relacionadas à nutrição e melhorar a saúde física/mental e o bem-estar dos consumidores.  È rica em vitaminas, fósforo e oligossárideos que auxiliam o processo digestivo e previne o câncer de cólon e diabetes. Ajuda, também, a neutralizar substâncias tóxicas (metais pesados), reduz os níveis de colesterol e a hipertensão. As sementes têm efeito laxante. Pode-se consumir a polpa do fruto ao natural ou processado como refresco, geleias ou doces.
 

Seu gosto lembra um pouco o do melão e apesar de sua aparência chamativa, o paladar é suave. Além do fruto, que tem efeito em gastrites, o talo e as flores são usados para problemas renais. Trabalhos recentes publicado no Journal Food Chemisry (2010) estudou as propriedades prébioticas dos açúcares (oligossacarídeos) presentes na pitaya. Os prebióticos são oligossacarídeos não digestíveis que afetam beneficamente o hospedeiro por estimularem o crescimento e/ou atividade de um ou de um número limitado de bactérias no cólon intestinal, melhorando assim saúde do indivíduo.

Com tantas propriedades e indicações compartilho duas receitas:

Suco de pitaya

 
 
Ingredientes
200 ml de água
100g de pitaya sem casca
4 morangos
4 folhas de hortelã

Modo de preparo
Bata liquidificador a água, os morangos a pitaya, acrescentando por último as folhas de hortelã. Sirva gelado. Experimente este delicioso suco de apenas 50 calorias!

Salada de pitaya ao molho gorgonzola

 
Ingredientes
1 Pitaya (fruta dragão)
150 g de queijo gorgonzola
200g de creme de leite fresco
Folhas nobres, ex: Alface rúcula agrião...
Sal
 Modo de Preparo:
Lave as folhas nobres e reserve. Bata no liquidificador o queijo gorgonzola e o creme de leite fresco e reserve. Tire a casca da pitaya e corte em cubos. Disponha em uma saladeira as folhas a pitaya e pasta feita com o queijo e o creme de leite. Normalmente não precisa de sal mas se achar necessário corrija a gosto.