sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Taioba, uma verdura quase esquecida

O ano de 2015 começou trazendo muitas mudanças, positivas ou não, mudanças que precisavam vir. Entre elas  meu compromisso, comigo mesma e com todos vocês que leem o que aqui escrevo, de escrever periodicamente. E para começar o ano escolhi um produto muito usado na culinária goiana, a Taioba. Vocês conhecem taioba?

Verdura de folhas enormes, também muito consumida em Minas e as pessoas falam com saudade das suas qualidades e as receitas que as mães faziam. Originária da América Central a taioba é largamente cultivada nas regiões tropicais e subtropicais.

É uma planta que produz folhas comestíveis gostosas, rica em nutrientes e muito fácil de ser produzida, especialmente no verão. Seu sabor é parecido com o espinafre, sendo mais suave. Suas folhas são muito ricas em vitaminas  e  minerais como cálcio, fósforo, ferro a tal ponto que evita e cura a anemia. Possui apenas 24 calorias por 100 gramas.
Pode ser preparada refogada como a couve com alho e/ou cebola e existem várias receitas de bolinhos, recheios para pizzas, enriquece sopas e feijão e serve como ingrediente para uma vitamina verde.

Extraída da raiz a fécula da taioba possui 85% de amido, sendo uma boa opção de alimento energético. Em sua composição, encontramos cálcio, fósforo, ferro, proteínas, uma grande quantidade de vitamina A, vitaminas B1, B2 e C. Tanto o talo quanto as folhas apresentam os mesmos elementos, apenas em proporções diferentes. Nas folhas, encontramos mais ferro e mais vitamina A . O valor energético para cada 100g de talo é de 24 calorias, enquanto que, nas folhas, temos 31 calorias para as mesmas 100g. Combate a prisão de ventre: cada 100 g do alimento fornece 4,5 g de fibra, sendo 25 g a dose diária recomendada. Outra aplicação prática para esta planta é como repelente para mosquitos e insetos em geral. Após ser cozida, ela exala uma substância que mantém os insetos afastados.

 Uma pesquisa da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) evidenciou que a versão orgânica dessa verdura é ainda mais rica no nutriente. Segundo crença popular, existiria uma variedade de taioba que seria venenosa. Esta afirmação, no entanto, é errônea pois não há tal variedade. A taioba é uma planta totalmente comestível, seu aproveitamento é maior do que o do inhame. Podemos ingerir o tubérculo, as folhas e as hastes.
No Brasil, principalmente nos estados de Mina Gerais, Bahia, Rio de Janeiro e Espírito Santo, aprecia-se muito o consumo de folhas de taioba. Elas que podem ser preparadas de variadas maneiras, desde cruas em saladas, como também refogadas e como ingredientes de receitas exóticas, estão se tornando cada vez mais conhecidas e presente na alimentação dos brasileiros, tanto por serem nutritivas, como também pelos seus poderes medicinais

O movimento ‘’Slow food Brasil’’ - movimento contra o Fast food (comida rápida) - descobriu a Taioba e está preocupado com a extinção da planta nos quintais e feiras do Brasil. Tem um artigo publicado no site deles (http://www.slowfoodbrasil.com): ‘’ A Taioba anda sumindo da mesa brasileira’’.
O artigo tem comentários de pessoas apoiando sua preservação, dando receitas e contando lembranças do passado quando a planta ainda era comum. Esta planta salvou a saúde de muitas famílias pobres.
O movimento Slow food trabalha no mundo para preservar alimentos que tem sabor agradável, sem produtos químicos que fazem mal para a saúde e ao meio ambiente, numa relação comercial socialmente justo , existe em 30 países, com 100.000 associados.
Bem com tantos fatores positivos vamos a dica de receitas. Eu não comia taioba por puro preconceito e falta de conhecimento, mas outro dia fui levar meu abraço de feliz 2015 para minha amiga Zenilda Aaraújo e eis que ela me serviu língua com taioba, eu adorei tanto que resolve escrever a respeito desta verdura. Para vocês não ficarem morrendo de vontade de comer e não saber fazer eu gravei um vídeo onde ela explica direitinho a receita.
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 Vou deixar mais duas receitas que são bem fáceis de fazer:

Taioba com bacon e alho



1 maço de taioba ( as folhas são bem grande e um maço rende bem)
3 dentes de alho laminados
100 g de bacon em cubinhos
1 fio de azeite
sal a gosto
Separe as folhas dos cabos e retire a fibra que envolve os talos. Eu uso um descascador de legumes para retirar essas fibras.
Corte as folhas em tiras largas e os talos em pedaços pequenos.
Em uma caçarola, ferva 1 litro de água com 1 colher, das de sopa, de sal. Coloque os talos e deixe por 1 minuto. Coloque as folhas, já picadas em um escorredor e escalde com a água com os talos.
Aqueça uma frigideira e doure os cubos de bacon. Junte o alho laminado e espere dourar.
Aí é só refogar a taioba por dois minutinhos e pronto!

Costelinha de porco com taioba


1 k de costelinha de porco cortada de osso em osso
500g de linguiça de porco, artesanal, em pedaços médios
3 colheres, das de sopa, de óleo
1 colher, das de sopa, rasa de tempero mineiro
1 pimenta ardida fresca, bem picada ( eu uso 2 ou mais)
3 dentes de alho, amassados
suco de 1 limão
1 cebola média, bem picada
água fervente o suficiente
1 maço de taioba, rasgada grosseiramente com as mãos
Tempere a costelinha de porco com alho,  pimenta e limão e deixe descansar por três horas ou mais.
Aqueça uma panela de ferro, ou de fundo grosso, e junte o óleo e a costelinha. Doure a costelinha, devagar, mexendo sempre.
Quando todos os pedaços estiverem bem dourados, junte a linguiça, cuidadosamente para ela não desmanchar.  Espere a linguiça ficar bem dourada e retire o excesso de óleo.
Vá pingando água fervente até a carne ficar macia, mas sem se desprender do osso. Não cubra a carne com água, vá pingando de pouco em pouco.
Quando a costelinha estiver macia, junte 1 cebola bem picada. Continue pingando água fervente até a cebola se desmanchar.
Acrescente as folhas rasgadas de taioba, mexa bem, desligue o fogo e tampe a panela por 5 minutos.
Sirva com arroz branco.
Bom apetite!
Fontes: