Não é à toa que Alex Atala está fazendo da Amazônia o seu celeiro particular de ingredientes e ganhando notoriedade no mundo da gastronomia. A cada nova descoberta e novo fruto da região que eu conheço e experimento aumenta a minha admiração pela cultura daquela região. Ainda outro dia ganhei duas mudas de chicória do norte vindas de Manaus para uma colega. Plantei e vingaram. Agora falta experimentá-las na cozinha.
Mais recentemente, comentando sobre a pitaya e a fruta pão com uma colega do curso de pós-graduação, ela me falou do abiu. Perguntou se eu conhecia. Disse-me que tem um pé enorme na casa dela. Gentilmente me trouxe a fruta, provei e adorei, um gosto todo especial, delicado e saboroso, doce.
Para quem, como eu, não sabia, abiu é uma fruta típica da região amazônica, próxima às encostas andinas do Peru e do oeste da parte amazônica brasileira, onde é encontrada na forma silvestre. Alguns exemplares do abieiro fazem até parte da arborização urbana da região enfeitando praças de Manaus, sendo também encontrados nas cercanias de Belém. O nome vem do tupi- guarani e significa “fruta com ponta”.
Apesar de ser mais conhecido na Amazônia, o abieiro cresce e frutifica em quase todo o Brasil litorâneo, por onde se espalhou sem pedir licença. A forma da fruta difere bastante de uma variedade para outra, podendo ocorrer frutos inteiramente redondos, ovais e mesmo alongados, todos eles do tamanho aproximado de um ovo grande de galinha ou de pata. Sua superfície é amarela, lisa. A polpa é gelatinosa, de cor gelo, com sabor às vezes doce. O fruto maduro ou verde tem um látex que se coagula em contato com o ar e cola nos lábios. Contém proteínas; lipídios; vitaminas B, B2, B5 e vitamina C; fibras, e sais minerais tais como o ferro, o fósforo e o cálcio. Seus frutos ingeridos naturalmente são indicados contra pneumonia, bronquite, anemia e desnutrição. Também podem ser usados nos casos de convalescência. A casca da planta é antidisentérica e baixa a febre. O azeite extraído das sementes abranda inflamações na pele.
Medicinalmente é ainda indicada contra inflamações: fazer um cataplasma do azeite extraído das sementes; contra a otite: pingar algumas gotas do azeite do caroço, morno; contra doenças crônicas do pulmão: fazer refeições com a polpa cozida em água e sal. Utilizar morno, inclusive o caldo, ao qual se pode adicionar mel. Este caldo pode ser tomado ao longo do dia, às colheradas.
Na gastronomia a fruta pode ser utilizada de várias formas: suco, polpa, sorvetes, sobremesas e até como geleia.
Licor de Abiu
Ingredientes:
1kg. de polpa de abiú bem maduros
1 lt. de aguardente de boa qualidade1 kg. de acúcar
1lt. de água filtrada
Modo de preparo:
Em um vidro de boca larga, coloque a polpa e a aguardente, feche bem o vidro
Deixe macerar por 60 dias ou mais, mexendo o vidro todos os dias.Depois disto feito, coe tudo com um coador de pano e reserve o liquido.
Com a água e o açúcar faça uma calda e deixe engrossar um pouquinho.
deixe esfriar, junte à infusão.
mexa bem com uma colher de pau.
engarrafe e vede bem.
Deixe envelhecer no mínimo por 30 dias antes de servir.
Geleia de abiu
Ingredientes
1 quilo de abiu
½ quilo de açúcar
Modo de preparar
Lave bem, retire as sementes e bata no liquidificador com pouca água e coe em coador fino.
Misture o açúcar e leve ao fogo, mexendo sem parar até ficar no pontoDeixe esfriar na panela e acondicione em vidro bem fechado.
Fontes:
http://www.momentodaarte.com.brhttp://minhasfrutas.blogspot.com.br/2008/12/cultura-do-abiu.html
http://www.plantasquecuram.com.br/ervas/abiu.html
http://aryansantosaryel.blogspot.com.br/2011/05/fruta-abiu.html
http://poderdasfrutas.com/categoria/abiu/
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/abiu/abiu.php
www.bibvirt.futuro.usp.br
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